15 dezembro 2009

Brilha uma luz no céu! Obrigado, dona Antonieta!

15 dezembro 2009

Desencarnou na noite de ontem, 14/12, um dos grandes alicerces da nossa Irradiação Espírita Cristã. Dona Antonieta (Maria Antonieta Alessandri) nos deixa inúmeros exemplos: garra, sabedoria, empreendedorismo, humildade, simplicidade e da busca incessante pela busca do conhecimento e de aprimoramento como seres eternos.
O velório acontece durante todo o dia no cemitério Jardim das Palmeiras e o sepultamento está programado para as 18h, no mesmo local. A Meac com certeza estará presente! "Algumas pessoas da Meac com quem falei devem ir ao longo do dia, conciliando, principalmente, com o horário de almoço", informa a vice-diretora Tati Viana.
Você pode desde já registrar sua mensagem sobre a "pequena" e "gigante" dona Antonieta. Com certeza teremos agora mais uma atenta mentora no plano espiritual.
Abaixo você conhece um pouquinho dessa força que foi dona Antonieta, por meio de uma homenagem escrita por sua filha, Raquel Teixeira, em ocasião da passagem de seu aniversário de 90 anos:

Minha mãe

"Aos 20 de maio de 1918, na pequenina cidade de Monte Alegre de Minas, nasceu a quarta dos seis filhos de Izoleta e Vittorio Alessandri. Miudinha, de temperamento forte, Maria Antonieta às vezes fazia meu avô sair de casa e caminhar por um tempo, até passar a raiva, para não bater naquela filha que às vezes o tirava do sério. Aos 12 anos mudou-se para Uberlândia para fazer o Curso Normal. Aos 20, foi para Belo Horizonte fazer o curso superior. Meu avô resistiu à idéia da filha sozinha, tão jovem, em BH, com todos os riscos de uma grande cidade. "Pode virar prostituta", prognosticou, ameaçadoramente, quando viu a resistência de minha mãe e de minha avó, sua aliada na causa. "Se virar, não será a primeira nem a última", respondeu tranquilamente minha avó que, claro, conhecia a filha que tinha e os valores que Ihe ensinara.

Foi lá que ela conheceu o grande amor da sua vida. Clovis Figueiredo viera do sul de Minas para estudar Medicina na capital. Foi um amor tão fulminante que em pouco tempo, ela, que era noiva de outro, desmanchou o noivado para casar-se com o jovem médico. Resolveram começar a vida em Goiânia, cidade recém-fundada por Pedro Ludovico. Era o início da década de 40 e os sonhos povoavam as mentes e os corações do jovem casal, que teve quatro filhos: eu, Clovis, Eurípedes e Marcus. Depois vieram os oito netos e os cinco bisnetos.

Mas não foi só na família biológica que minha mãe atuou. Sua casa era abrigo para jovens, sobrinhos ou não, de Monte Alegre ou Boa Esperança, que queriam estudar em Goiânia e precisavam de uma casa. E também não foi só na sua casa que ela acolheu pessoas. Minha mãe dedicou sua vida à causa solidária e fraterna de acolher pessoas seja nas suas necessidades físicas, psicológicas ou espirituais. Participou da vida de muitos em momentos de comemoração como casamentos, abençoando os noivos com sua poesia das alianças, ou ajudou na despedida de entes queridos que na mudança de plano espiritual deixam os corações dos que ficam repletos de saudade. Com sua fé inabalável na continuidade da vida, ela foi um ponto de equilíbrio em momentos difíceis da vida de muitas pessoas. E as obras... o Instituto Educacional Emmanuel, a Escola Reunida Tenda do Caminho, o pré-escolar Humberto de Campos e o Bezerra de Menezes, a Escola e Lar de Matilde, a Obra do Berço, a Livraria Castro Alves, o Solar Colombino Augusto de Bastos, o Grupo de Orientação Familiar, a Casa da Pequena Costureira... enfim... quantas pessoas puderam ser atendidas em suas dificuldades pela dedicação de pessoas como minha mãe, que acreditam que "a fé sem obras é morta".

É claro que ninguém faz nada sozinho. Minha mãe foi colaboradora de uma obra grandiosa traçada na espiritualidade, que contou com a dedicação de centenas de outras pessoas que a falta de espaço me impede de citar sem ser injusta. Mas não há dúvida de que seu apoio primeiro e maior, sua força e seu amparo nesta vida, vieram do meu pai. Ele criava as condições para que ela se realizasse. Era "provedor" em seu sentido clássico, para que ela pudesse dedicar seu tempo aos estudos, às viagens que ampliam o entendimento do mundo, e às ações sociais e religiosas que caracterizaram sua vida.

E como ninguém, ela usou seu tempo para aprender e para ensinar. Foi ela quem me ensinou, por exemplo, que "só a educação baseada no Evangelho de Jesus poderá salvar a humanidade". Foi ela quem me ensinou, inspirada em Rohden, com quem teve uma interação profícua, que conhecer fatos externos torna o homem erudito, mas a realização de valores internos toma o homem bom; e só o homem verdadeiramente bom é um homem feliz. E ela tem buscado ser boa. E ser feliz."